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Uma bússola sem direção

A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007) é o filme que foi revisto hoje aqui no estabelecimento e mereceu mais alguns comentários, além dos que eu já tinha publicado na antiga coluna.

 Adaptação do primeiro volume da trilogia Fronteiras do Universo, best-seller do escritor Philip Pullman, que rendeu mais polêmica que dinheiro pelo mundo afora.

O filme conta a história de Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards), uma órfã que vive na Universidade de Oxford, em um mundo semelhante ao nosso, mas onde as “almas” das pessoas são entidades em forma de animais que as acompanham para todo lado. Os “daemons” das crianças ainda imaturas mudam de espécie animal dependendo do seu estado de espírito. Os dos adultos têm algo a ver com seu caráter ou posição social. Os serviçais, por exemplo, têm alma de cachorro. Esse mundo é dominado por uma organização chamada Magisterium, autoritária e inspirada na igreja católica, que se envolve num plano para erradicar o pecado separando as crianças de seus daemons. Lyra tem que salvar um amigo seqüestrado pelo Magisterium e para isso conta com um instrumento antigo e poderoso, a tal bússola do título. Ao longo de sua jornada Lyra encontra diversos personagens fantásticos. A sua guia é a bruxa Serafina Pekkala (Eva Green de Sonhadores e Cassino Royale) e ela se depara com ursos de armadura, e toda espécie de animais falantes e transmorfos.

Condensar as mais de 400 páginas do livro em um filme não foi uma tarefa bem cumprida e o resultado é muita correria num roteiro confuso. Nenhuma personagem é bem construída, logo não desenvolvem empatia com o publico. As situações se sucedem sem muita explicação e o final fica em aberto, com um gancho para o próximo volume da trilogia que não deve acontecer.

A Bússola de Ouro foi mais um capítulo na busca de Hollywood por uma nova história seriada de fantasia, que viu nos últimos anos tentativas razoavelmente bem sucedidas como As Crônicas de Nárnia e desastrosas como Eragon. Se a primeira faturou 730 milhões ao redor do mundo e garantiu duas continuações, a outra está de molho, apesar dos 245 milhões de dólares obtidos nas bilheterias.

A Bússola foi um fiasco nas bilheterias americanas. No fim de semana de estréia, arrecadou apenas US$ 25,7 milhões em ingressos, enquanto os produtores esperavam faturar entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões. Mas, para mim. o que mais falta no filme é o caráter racional e ateísta do livro de Pullman, infelizmente os outros volumes da série não devem chegar as telas. Se bem que desse jeito, é até melhor que os leitores continuem contando apenas coma imaginação para visualizar os conceitos e personagens. Afinal, na sua cabeça, se você quiser trocar os papéis de Eva Green e Nicole Kidman, tudo bem. Lá dentro, o elenco perfeito é todo seu.

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A magia do Natal e da Disney

O final do feriadão de Natal é uma ótima oportunidade para um programa com a família toda. Então, que tal curtir um conto de fadas ou uma comédia romântica? Melhor ainda, que tal as duas coisas num filme só?  Encantada, produção dos estúdios Disney, consegue reunir os dois gêneros e retomar a magia que se espera nos filmes da marca.

Na trama a típica princesa Giselle (Amy Adams, de Retratos de Família) é expulsa do reino de Andalasia pela Bruxa Malvada (Susan Sarandon). Sem aviso, a inocente vai parar na Nova Iorque do mundo de verdade, onde descobre duramente que nem todos acreditam em finais felizes. Felizmente, seu Príncipe Encantado (James Marsden, o Ciclope de X-Men) parte logo a sua busca… mas há outro pretendente no caminho, um advogado charmoso (Patrick Dempsey, da série Grey´s Anatomy e do clássico da Sessão da Tarde, Namorada de Aluguel) e especializado em divórcios litigiosos, nada mais distante do felizes para sempre em que a doce Giselle acredita tanto.

Dirigido por Kevin Lima, responsável pelas animações Tarzan e 102 Dálmatas, começa numa propositalmente antiquada animação 2D, e quando passa para o mundo real, entram os atores de verdade. O filme tem tudo que um conto de fadas de Princesas Disney deve ter: seis números musicais, animais falantes, e todos os outros clichês do gênero. Sem nenhuma vergonha disso.

O filme consegue brincar com o legado da Disney de forma carinhosa. Aponta sua falta de sintonia com os tempos de hoje, mas exalta a importância dos valores que a Disney sempre transmitiu. Giselle chora quando vê um casal se separar, não coloca o dinheiro acima das pessoas e se preocupa com quem está a sua volta. Atitudes típicas de uma princesa de outro mundo.

Um amor de fábula tem alguma chance de acontecer com gente de carne e osso? O Príncipe Encantado é um chato? Qual a melhor escolha, amor ou paixão? Perguntas que estão em qualquer comédia romântica, e que nunca passaram pela cabeça de uma princesa Disney. Alguém pode imaginar Cinderela ou Branca de Neve em dúvida sobre sua relação com o Príncipe?

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Ensinando a viver

Ensinando a viver (Martian Child, 2007) fala sobre o quanto vale a relação entre pais e filhos. Nesses tempos politicamente corretos e caretas é bom ver que para formar uma família bastam amor, respeito e carinho. Não é preciso forçar a barra de relacionamentos vazios apenas para as pessoas pensarem que está tudo bem. O conceito de família mudou e está na hora das pessoas respeitarem as opções alheias desde que estejam dando certo e todos os envolvidos estejam bem.  

O filme traz a história de David, vivido por John Cuzack. Um escritor de ficção cientifica que desde criança sempre se sentiu excluído e cresceu sonhando com o dia em que os ETs viriam levá-lo para o espaço. Sua imaginação o transformou em um escritor de sucesso, mas desde a trágica morte de sua noiva, há dois anos, ele nunca mais experimentou qualquer traço de vida afetiva. Mas David sempre quis ser pai. E finalmente resolve tentar, adotando o problemático Dennis. Assim como David, Dennis vive trancafiado em seu mundo de fantasia. Quando era criança, David queria ser um alien. No caso de Dennis, ele acredita de verdade que é um marciano em missão de exploração na Terra. E talvez seja mesmo…

O longa do diretor Menno Meyjes é uma mistura de vários gêneros, drama, romance e ficção cientifica. A principio, parece apenas mais um filme sobre um adulto tentando se entender com um garoto problemático. As diferenças em relação a algumas comédias do gênero são um roteiro muito bem armado e o elenco, com destaque para o garoto Bobby Coleman, de apenas dez anos. O garoto encara o veterano craque John Cuzack de igual para igual. O elenco ainda traz Amanda Peet e Oliver Platt.

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Ficção para curtir

Chuva, férias… tudo pede uma pipoquinha e um bom filme para descansar a cabeça. A pedida de hoje é Jumper. Uma ficção científica que te faz pensar como seria bom ter poderes especiais. Que tal apenas pensar em algum lugar e estar lá?

O filme conta a história de David Rice (Hayden Christensen, o Anakin Skywalker de Stars Wars II e III), um adolescente que descobre ter o poder do teletransporte e usa isso para fugir de casa, do pai alcoólatra e da mãe que saiu de casa. Ele inicia uma solitária volta ao mundo, até decidir voltar a sua típica cidade do interior dos Estados Unidos e encarar uma antiga paixão de escola, Millie Harris (Rachel Bilson, do seriado The OC).

 É nesse momento que David conhece outro de sua espécie, Griffin (Jamie Bell, o Billy Elliot, daquele filme do menino que queria fazer balé), e descobre que descende de uma antiga raça e, pior, que existe uma sociedade secreta que tem como missão exterminá-los. Seu líder é Roland (Samuel L. Jackson, cada vez mais exótico, desta vez com cabelos brancos).

O diretor Doug Liman não repete aqui o mesmo ótimo trabalho de Identidade Bourne e Sr. & Sra. Smith, mas entrega um filme despretensioso, com bom e conhecido elenco, ganchos para uma continuação e, mais importante, um roteiro dinâmico e bem construído. Ótimo acompanhamento para sua pipoquinha.

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Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, ô! Mengão do meu coração!

Salve, nação rubronegra! Somos hexa! Desbancamos o tricolor paulista, aparamos, mais uma vez, a juba do Leão do Norte, que agora tem a chance de tentar o bi da segundona, sem dor. Ao contrário de 1987. O Mengão ainda levou umas bolas de ouro, mas o melhor foi ver o Andrade aplaudido de pé. Aquele bando de gente sem noção falou mal dele boa parte do campeonato, a agora isso… mas, quem tem pele vermelha e preta sabe o valor dele.

O melhor texto sobre o jogo está no blog do velho NPTO, é de chorar de emoção e riso

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Uniban 0 X Magdeburg 1

Enquanto em São Bernardo a galeranão se aguenta de recalque, na Alemanha eles realmente sabem curtir a vida acadêmica.

Eles são da Universidade de Magdeburg e a foto, que foi ideia deles, é para um calendário, que tem como cenário a sala de aula e outros espaços do cotidiano dos estudantes. A divertida imagem representa o mês de dezembro do calendário, que está sendo vendido por 13 euros no site www.un.geniert.de.

 

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Rio 2016, na real

Previsões sobre jogos olímpicos no Rio.

Famosos videntes fizeram suas predições para os jogos olímpicos de 2016. O resumo abaixo segue para conhecimento geral e deve ser guardado para posterior confirmação, quando os descrentes serão obrigados a   concordar com a verdade contida nessas  práticas místicas:
 
De 2010 a 2015
 
1. ONGs vão pipocar dizendo que apóiam o esporte, tiram crianças das ruas e as afastam das drogas. Após as olimpíadas estas ONGs desaparecerão e serão investigadas por desvio de dinheiro publico. Ninguém será preso ou indiciado.
 
2. Um grupo de funk vai fazer sucesso com uma música (?) que diz: “vou pegar na tua tocha e você põe na minha pira”, sendo que eles nunca souberam o que era uma pira até então.
 
3. Um ano antes, a Globo vai instalar aqueles relógios ridículos na orla de Copacabana e em outras capitais fazendo a contagem regressiva para o inicio dos jogos.
 
 4. Uma escola de samba vai homenagear os jogos, rimando “barão de coubertin” com “sol da manhã”. Gilberto Gil virá no ultimo carro alegórico vestido de lantejoulas douradas representando o “espírito olímpico do carioca visitando a corte do Olimpo num dia de sol ao raiar do fogo da vitória”
 
5. Haverá um concurso para nomear a mascote dos jogos que será um desenho misturando um índio, o sol do Rio, o Pão de Açúcar e o carnaval, criado por Hans Donner. Os finalistas serão nomes tais como: “Zé do Olimpo”, “Chico Tochinha” e “Kaíque Maratoninha”
 
6. Luciano Huck vai eleger a Musa dos Jogos, concurso que durará um ano e elegerá uma modelo chamada Kathy Mileine Suellen da Silva.
 
7. Milhões de produtos serão anunciados como oficiais dos jogos, desde as habituais camisetas “EU VOU”, “RIO 2016” até calcinhas e lógico, biquínis que de tão pequenos terão apenas 2 dos 5 anéis olímpicos.
  
Abertura dos jogos
 
  1. A tocha olímpica será roubada ao passar pela baixada fluminense. O COB vai encomendar outra em urgência para o carnavalesco da Beija flor.
 
 2. Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e a bateria da Mangueira farão um show na praia de Copacabana para comemorar a chegada do fogo olímpico ao Rio. Por motivo de segurança, Zeca Pagodinho será impedido de ficar a menos de 500 metros da tocha.
 
3. Durante o percurso da tocha, os brasileiros vão invadir a rua e correr ao lado do atleta que porta a mesma carregando cartolinas cor de rosa onde se lê “GALVAO FILMA NÓIS”, “100% FAVELA DO RATO MOLHADO”.
 
4. Pelé vai errar o nome do presidente do COI, discursar em inglês macarrônico elogiando o povo carioca e ao final vai tropeçar no carpete que foi colado 15 minutos antes do início da cerimônia.
 
5. Claudia Leite e Ivete Sangalo vão cantar o “hino das olimpíadas” composto por Latino e MC Medalha.
 
6. Durante o Hino Nacional Brasileiro a platéia vai errar a letra, chorar como se entendesse o que está cantando e aplaudir no final como se fosse um gol.
 
7. Uma brasileira vai ser filmada várias vezes com um top amarelo, um shortinho verde e a bandeira do Brasil pintada da bochecha. Depois dos jogos ela posará para a Playboy sem o top e sem o shortinho, mas com a bandeira pintada em outras partes que também começam com a letra B.
 
 8. Por falta de gás na última hora, já que a cerimônia só foi ensaiada durante a madrugada pela primeira vez, a pira não vai funcionar. Zeca Pagodinho será o substituto temporário já que a Brahma é um dos patrocinadores. Em entrevista ao Fantástico ele dirá que não se lembra direito do fato.
 
 9. 74 passistas de fio-dental vão iniciar a cerimônia mostrando o legado cultural do Rio ao mundo: a bala perdida, o trafico, o funk e a favela.
 
 10. Durante os jogos de tênis a platéia brasileira vai vaiar os jogadores argentinos obrigando o árbitro a pedir silêncio 774 vezes. Como ele pedira em inglês ninguém vai entender porra nenhuma e vai continuar vaiando. Galvão Bueno vai dizer que vaiar é bom, mas vaiar os argentinos é melhor ainda. Oscar Schimidt concordará e depois pedirá desculpas chorando copiosamente no programa do Gugu.
 
 11. Um simpático cachorro vira-lata furará o esquema de segurança invadindo o desfile da delegação jamaicana. Será carregado por um dos atletas e permanecerá no gramado do Maracanã durante toda a cerimônia. Será motivo de 200 reportagens, apelidado de Marley e será adotado por uma modelo emergente que ficará com dó do pobre animalzinho e dirá que ele é gente como a gente.
 
 12. Adriane Galisteu posará para a capa de CARAS ao lado do único e grande amor da sua vida, um executivo do COB, claro.
 
 13. Os pombos soltos durante a cerimônia serão alvejados por tiros disparados por uma favela próxima e vendidos assados na saída do maracanã por “deux real” ou “uam dólar”.
 
Durante os jogos
 
1. Caetano Veloso dará entrevista dizendo que o Rio é lindo, a cerimônia de abertura foi linda e que aquele negão da camiseta 74 da seleção americana de basquete também é lindo.
 
2. Uma modelo-manequim-piranha-atriz-exBBB vai engravidar de um jogador de hóquei americano. Sua mãe vai dar entrevista na Luciana Gimenez dizendo que sua filha era virgem até ontem, apesar de já ter namorado 74 homens nos últimos seis meses e que o atleta americano a seduziu com falsas promessas de vida nos EUA. Após o nascimento do bebê ela posará nua e terá um programa de fofocas numa rede de TV de menor expressão.
 
 3. No primeiro dia, os EUA, a China e o Canadá já somarão 74 medalhas de ouro, 82 de prata e 4 de bronze. Os jornalistas brasileiros vão dizer a cada segundo que o Brasil é esperança de medalha em 200 modalidades e certeza de medalha em outras 74.
 
 4. Faltando 3 dias para o fim dos jogos, o Brasil terá 3 medalhas de bronze e 1 de ouro, ganha por atletas desconhecidos até então num esporte tipo “caiaque em dupla”. Eles vão ser idolatrados por 15 minutos (somando todas as emissoras abertas e a cabo) como exemplos de força e determinação, a Hebe vai dizer que eles são “uma gracinha” ao posar mordendo a medalha e nunca mais se ouvirá os nomes dos atletas.
 
 5. A seleção brasileira de futebol comandada por Ronaldo Fenômeno, tendo Obina como assessor, vai chegar como favorita. Passará fácil pela primeira fase e entrará de salto alto na fase final, perdendo para a seleção de Sumatra por humilhantes 3 X 0 e tendo que disputar a medalha de bronze com um país centro-americano. Vencerá por 1 X 0 e não comparecerá à cerimônia de entrega das medalhas porque os jogadores inexplicavelmente tinham compromisso em seus clubes europeus.
 
6. A seleção americana de vôlei visitará uma escola patrocinada pelo Criança Esperança. Nenhuma criança vai entender nada do que eles falarão mas vão rir pra valer ao aparecer na TV. Três meninos vão ganhar uma bola e um uniforme completo dos jogadores e serão encontrados mortos na semana seguinte. Os uniformes nunca mais serão vistos.
 
 7. Os traficantes da Rocinha vão roubar aquele pó branco que os ginastas passam na mão. Um atleta cubano será encontrado morto numa boate do Baixo Leblon depois de cheirá-lo. O COB, a fim de não atrasar as competições de ginástica vai substituir o tal pó pelo cimento que estará estocado nos fundos do ginásio visto que as obras ainda não terão terminado, fato que será usado como desculpa pela eliminação dos ginastas brasileiros.
 
 8. Um atleta brasileiro nunca visto antes terminará em 74º lugar na sua modalidade e roubará a cena ao levantar a camiseta mostrando outra onde se lê: “JARDIM MATILDE NA VEIA”.
 
 9. Vários atletas brasileiros apontados como promessa de medalha serão eliminados logo no início da competição. Suas provas serão reprisadas em slow-motion e em 400 horas de programas de debates esportivo vão ser analisados os motivos das suas falhas.
 
10. Todos os brasileiros entenderão todas as regras de todas as modalidades que eles nunca nem ouviram falar, mas saberão na ponta da língua na hora de xingar o atleta que foi eliminado.
 
Após os jogos
 
1. Um boxeador brasileiro negro de 1,85m estrelará um filme pornô para pagar as despesas que teve para estar nos jogos e não obteve patrocínio.
 
 2. Faustão entrevistará os atletas brasileiros que não ganharam medalhas (ou seja, a maioria). Não os deixará pronunciar uma palavra sequer, mas dirá que esses caras são exemplos no profissional tanto quanto no pessoal, amigos dos amigos, mais do que nunca, ô lôco meu, etc., etc…

 É SÓ ESPERAR PARA CONFERIR SE OS VIDENTES ESTÃO COM A RAZÃO.